CORREIO DO CAMPO

Correio do Campo é um espaço on-line informativo, criado para promover a interação e a comunicação entre os Sindicatos Rurais, instituições de ensino ligadas ao meio ambiente e camponeses de todas as regiões do Brasil.
Esperamos ainda a troca de experiências, a publicação de novas tecnologias que possam ser utilizadas a favor da agricultura, preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável aliada à prestação de serviços de consultoria e divulgação de pesquisas de preços de produtos agrícolas.
Como editora deste blog, espero contar com sua preciosa parceria, denunciando desmandos e crimes contra o meio ambiente.
O espaço Correio do Campo é dividido em temas diversos, e dá ao leitor a opção de escolha do tema preferido com a rolagem das páginas.


Obrigada. Lionelle R.R. Carvalho.
Gestora Ambiental e Agrária


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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

NOVAS TECNOLOGIAS

Tripé de Carvalho

 
     No ano de 2009, quando para a aquisição de uma bolsa parcial nas Faculdades ASMEC, em ouro fino, tive que aceitar a incumbência de prestar algum tipo de serviço à comunidade, em áreas ligadas a graduação respectiva.Foi então que por cursar Tecnologia em Gestão Ambiental e Agrária, decidi por criar um pequeno hortoberçário, para o cultivo de mudas de árvores nativas da nossa região, para serem futuramente distribuídas gratuitamente aos associados de nossa sociedade amigos e bairros, ligados à agricultura e pecuária. Corremos então atrás de sementes, como Ipê Rosa, Ipê Amarelo, Jatobá, Cabreúva, Jequitibá e tantas outras espécies; porém, quando tentamos encontrar sementes de Peroba-rosa, nos demos conta do tamanho da tragédia.
     Procuramos por diversas propriedades; porem as respostas eram unânimes. Todos nos diziam que não existia mais nenhum pé de Peroba-rosa na região; até que um dia, um vizinho fazendeiro, nos garantiu que havia um só exemplar numa pequena reserva de propriedade de um fazendeiro também vizinho. No dia 22 de maio de 2009, numa bela manhã, decidimos subir a serra, em busca do tal exemplar. Parece até ironia do destino! Lá estava ele, tombado em meio a uma grota, provavelmente já ha um ano. Foi muito grande a decepção. Ali, na nossa frente, aquele monstro de 6 ou 7 séculos de idade, quebrado pelo vento à uma altura de 2 ou 3 metros da base do tronco. Lembranças vieram então dos nossos antepassados, que nos falavam com orgulho sobre a tal madeira, quando se referiam a um antigo móvel colonial ou assoalho dos antigos casarões. Ali sentados sobre o imenso tronco, ouvindo a algazarra dos jacus, lamentando o triste destino do gigante, decidimos procurar incansavelmente por outros exemplares. E foi então que um amigo nosso de um bairro vizinho, nos falou sobre um milagre. De um exemplar único de uma fazenda no mesmo bairro vizinho, um galho foi atirado ao chão pelo vento, contendo algumas sementes que vingaram embaixo de um bambuzeiro, e que as mudas que se formaram pareciam de boa qualidade. Até hoje, agradecemos ao nosso amigo Tadeu, pelo maravilhoso presente.
     A partir daí, surgiu à idéia de desenvolver uma técnica para diminuir o estrago causado pelo impacto da força dos ventos. Por ser uma árvore de grande porte, sua copa pode ultrapassar a copa de todas as outras árvores da floresta, atingindo de 40 a 50 metros de altura, deixando-a, exposta à ação direta dos ventos. Quando isso acontece, as raízes se rompem, ou o tronco racha, provocando a queda inevitável. Depois de algumas idéias, meu pai e eu, chegamos a conclusão que, se riscássemos no chão um triângulo com área mais ou menos equivalente a um ou um e meio metros quadrados e marcássemos uma cova em cada ponta do triângulo, as três mudas cresceriam juntas com os galhos entrelaçados como que num abraço forte, dando assim sustentação uma a outra, como  lutadores de judô, quando um agarra o Quimono do outro para tentar evitar a queda. E assim, aqui mesmo em nossa pequena propriedade chamada chácara Santa Mônica, decidimos plantar três das quatro mudas que ganhamos, utilizando esse sistema. Embora vigorosas, as mudas vão crescendo lentamente; porém, é muito cedo para sabermos o resultado. Na verdade, gostaríamos muito que alguns especialistas ou professores da área se interessassem pelo assunto, e que desenvolvessem uma pesquisa mais abrangente sobre este sistema que batizamos por TRIPÉ DE CARVALHO, em alusão ao nosso sobrenome, logicamente deixando a modéstia de lado.
     Lembramos que, se uma pesquisa for feita e levada a sério, poderá salvar ou prolongar a vidas de muitas outras espécies gigantes como o Rei Jequitibá, a Castanheira e tantas outras da flora brasileira.


Abraços,

                   Lionelle


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